ARTIGOS

E de repente faz-se pão. E canta-se à janela. E limpa-se a casa. E adiam-se os abraços. Adiam-se momentos.
Adia-se a vida, como a conhecíamos.
O mundo está em estado de emergência e a nossa maior arma é… nada fazer. E isso tem-se revelado o mais difícil. É uma guerra que desconhecemos. Mas o ser humano é fascinante e surpreende com a resiliência estóica que revela. Acatamos normas, adaptamo-nos, criamos rotinas. Fazemos pão.
Mas nem só de resiliência, farinha, água e fermento vive esta fase.
Os problemas embaciados pelo ruído do quotidiano que antes tínhamos, são agora claros. Porque estamos, todo o dia, todos os dias, confinados a uma casa na companhia das mesmas pessoas. Na companhia de nós próprios. Agora, não há escapatória, distrações. Não há escolha, na verdade. Somos obrigados a olhar para dentro, para as nossas relações, para a nossa vida. Como talvez nunca fizemos antes.
Gosta do que vê?
Esta é uma oportunidade única de poder parar, observar e recalcular a rota da sua vida. Apesar de distantes, estamos mais próximos.
Páscoa é sinónimo de ressurreição. E esta pandemia também. Use-a.
Tenha uma Páscoa Feliz!